O Que é Cidade de Raquel Rolnik

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CONCEITOS DE CIDADE

O espaço urbano caracteriza por ser um espaço estruturado que não está organizado ao acaso e os processos sociais que se ligam a ele exprimem, ao especificá-los, a de cada tipo e de cada período de organização social. Observa que hoje a cidade e as relações sociais ganham um novo contexto analítico, influenciado pelo desenvolvimento de novas tecnologias e pelo aparecimento de novos hábitos de morar, trabalhar, produzir, e comunicar no qual reconhece novas formas de entender a cidade. No livro O que é a cidade Raquel Rolnik conceitua em três tópicos;

Primeiro a cidade como um Imã, que subtende que as construções implicam num trabalho organizado, que supre as necessidade num padrão em cada tipo de sociedade, primeiramente os construtores de templos assim que era erguido num terreno natural, era como se estivesse tendo domínio da natureza, em seguida a cidade como escrita, já existe uma maturação do homem ao suprir certas necessidades ai se registra a acumulação de riquezas de conhecimento, alem de toda experiência já adquirida tudo aquilo construído já começa a denotar o seu próprio mundo é tudo mais concreto e particular, e por ultimo a cidade como mercado, e a necessidade da divisão de trabalho, para atender as necessidades a capacidade produtiva de cada um, tudo gira em torno de um centro de produção e consumo e assim a cena urbana gira totalmente em torno desse comercio.

Há em comum nessas abordagens o entendimento do espaço urbano como um registro não só de práticas sociais, mas de memórias coletivas e costumes, o que leva a considerar a cidade como um elemento de transmissão de informações, um estoque de dados que constitui a própria matéria urbana.

Desse modo se revela a importância da análise da comunicação simbólica, que permite identificar as memórias que compõem ou costuram nossas relações com o espaço, a cidade como construção textual.

SEGREGAÇÃO URBANA

O movimento segregação é impulsionado pela disseminação do trabalho assalariado. Isso impõe a nível constitucional dos territórios separados por grupos sociais, como se cada império organiza seu próprio espaço. É a este movimento de classes sociais e funções no espaço urbano que estudiosos da cidade como a Raquel Rolnik chama de segregação espacial.

Na era medieval não existia segregação entre a moradia e o local de trabalho do artesão, além de ser o local de habitação e produção lá mesmo realizava todo o comercio, ou seja: todo espaço do burgo é simultaneamente lugar de residência, produção, mercado e vida social.

No Brasil o conceito de segregação é impulsionado pela disseminação do trabalho assalariado após as relações senhor e escravo ter sido abolida, no Rio de Janeiro por exemplo, O Paço de São Cristóvão e todo o bairro elitizado que crescia ao redor, como a Rua do Ouvidor, com o grande comércio e a zona portuária compõe o cenário da cidade na metade do século XIX.

Se então usarmos esses dois exemplos no ponto de vista espacial há algumas semelhanças entre os burgos medievais europeus e as cidades coloniais brasileiras, são espaços polivalentes na funcionalidade e misturados socialmente. Como no burgo medieval, na cidade colonial não existem regiões/trabalho e regiões/moradia, lugares elitizados e lugares miseráveis, não quer dizer que não existiam diferenças de classe ou posição nessas cidades.

Na realidade as barreiras que separavam nobres e plebeus, ricos e pobres, eram enormes. Porem no Brasil o que separava essas diferenças não estava no espaço físico, mas sim no modo de vestir, na gestualidade, no poder e na própria cor de pele. O negro se submetia ao senhor porque a ele pertencia seu corpo, o senhor impunha seu poder ao negro, acreditando ser ele apenas um instrumento e não um ser humano.

Assim a distância entre brancos e negros nas ruas e nas casas da cidade era possível porque a distância que os separava era infinita. O respeito e hierarquia introduziam a diferença social na vida comunal.

Hoje em dia e muito fácil de identificar os territórios diferenciados na cidade, o bairro nobre do bairro de classe media, do comercial, do industrial, das favelas, etc.

A segregação é manifestada também no caso dos condomínios fechados, além de um recorte de classe, a segregação se expressa através da separação dos locais de trabalho em relação aos de moradia.

INTERVENÇÃO DO ESTADO NA CIDADE

A presença do Estado na cidade é tão grande e importante devido às transformações ocorridas sejam econômicas ou políticas, basicamente em meados do século XVII que da o apogeu da reviravolta quando se define verdadeiramente o poder urbano.

Quando se emerge a idéia do estado em planejar uma cidade consiste uma visão fixa em querer criar algo para que funcione perfeitamente como um mecanismo analógico, isso é muito claro na utopia de escritores renascentistas que representam perfeitamente essa idéia.

Imagine por exemplo se nas próprias cidades medievais que eram emersas por planos e seguiam rígidas regras, já cresciam espontaneamente de acordo com as necessidades de cada povo, dificilmente nos dias de hoje isso daria conta e seguir a linha.

A transformação ocorrida no século XVII foi interessante por ser uma idéia mais racional dos projetos, a previsão, os cálculos, tudo isso com base na economia do comércio manufaturado além de criar uma nova forma de pensar, crias se uma nova forma de trabalhar. Não esquecendo que as cidades imaginárias dos pensadores utópicos, não viraram realidade, mas aproveitamos muito tópicos que servem de exmplo para os planejamentos usados hoje em dia, a leitura mecânica, a idéia de ordenação matemática, e a idéia que uma cidade planejada é uma cidade sem males, e por ultimo como se o estado tivesse como interferir e controlar todos os problemas da cidade.

luiZHENrique Dias

4 comentários:

Mozart disse...

Muito bom.

Unknown disse...

Excelente,mas preste mais atençao na pontuação

Unknown disse...

Da mesma forma que o autor precisa analisar seu texto, você deveria presta mais atenção na sua colocação, que por sinal também não tem pontuação . 😄👍👆

Unknown disse...

E acabei me esquecendo da acentuação .

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