O termo Wabi Sabi teve origem no século XVI e foi utilizado para descrever a estética da cerimônia japonesa do chá. Wabi quer dizer humilde, simples e primitivo, enquantoSabi significa a natural
progressão.
Como a wabi-sabi representa uma visão de mundo ou um sistema estético Japonês abrangente, é difícil explicá-la precisamente em termos ocidentais. De acordo com Leonard Koren, wabi-sabi é o traço mais proeminente e característico daquilo que nós pensamos ser a beleza Japonesa tradicional com valoresestéticos que os ideais gregos de beleza e perfeição ocupam no Ocidente".
Wabi-sabi é a beleza das coisas imperfeitas, efêmeras, e incompletas. É a beleza das coisas modestas e humildes. É a beleza das coisas não-convencionais. As características materiais de wabi-sabisão:
Sugestão de processo natural, Irregular, Intimista, Despretensioso, Terreno, Simples...
Com as suas origens enraizadas numa antiga arte japonesa, wabi-sabi é uma nova forma de viver e de decorar, sem stress e sem preocupação. A mudar estilos de vida desde o século XV, wabi-sabi é a arte da beleza imperfeita, ou seja, dá-se valor à autenticidade, natureza e simplicidade, em detrimento da ostentação, alta tecnologia e design contemporâneo. Há quem diga que o wabi-sabi é o novo feng shui.
Regresso às origens De inspiração japonesa, a arte do wabi-sabi surge naquele país oriental, numa clara oposição à riqueza e luxo emergentes. Intimamente ligado ao budismo zen, o wabi-sabi serve-se da sua base estética minimal e simples para transmitir energias positivas e uma certa espiritualidade para a casa e, principalmente, para os seus habitantes. O wabi-sabidefende que o nosso lar deve ser, acima de tudo, um santuário e não um local apetrechado de objectos, distracções e ruídos visuais. Os "wabibitos" (quem segue este estilo de vida) colocam de lado a procura constante pela perfeição e concentram-se na beleza das coisas tal e qual elas são; no conforto e no bem-estar que essa naturalidade transmite.
No que toca ao wabi-sabi, menos é definitivamente mais. Beleza óbvia vs. beleza singular “Wabi” significa “coisas simples e frescas” e “Sabi” significa “coisas cuja beleza foi adquirida com a idade”.
O conceito subjacente a esta arte secular é simples: encontrar beleza na imperfeição, ou seja, o wabi-sabi valoriza mais a beleza singular, aquela que énaturalmente bela; do que aquela que é obviamente bela, mas que foi artificialmente construída, por exemplo. Viver de forma modesta e aprender a sentir-se satisfeito com aquilo que tem depois de eliminado o supérfluo, é a filosofia do wabi-sabi. Aplicado à decoração, não difere muito deste conceito.
Decoração wabi-sabi em 13 passos 1. Ambientes minimalistas, simples, orgânicos e modestos. 2. Requerem-se espaços pouco cheios onde os artigos dominantes são exclusivamente os essenciais. Essa escolha é feita baseada na sua utilidade, beleza ou sentimentalismo (ou os três). 3. A palete de cores da decoração wabi-sabi está assente no branco e nos tons terra. 4. Privilegia-se o uso de materiais naturais (madeira envelhecida, pedra esfarelada, barro, lã, algodão cru, linho, caxemira, papel de arroz…) em vez de materiais artificiais e/ou luxuosos (plástico laminado, mármore polida, placa de vidro, porcelana, poliéster, licra…). 5. Em termos de peças de decoração, aprecia-se as artes decorativas, mobília e elementos reciclados/reaproveitados, objectos feitos à mão e encontrados em feiras de usados, antiguidades e outras do género. 6. A Mãe Natureza deve ser uma companhia constante e deve ser trazida do exterior para o interior sempre que possível: plantas e flores, de preferência do campo, e até ramos de árvore são bem-vindos. Neste contexto, a única “exigência” é que a flora utilizada seja da estação do ano em vigor. 7. Proteger a casa contra o ruído, o que significa um melhor isolamento de portas e janelas, cortinados mais pesados, chão de cortiça, menos gadgets e electrodomésticos ou então protetores para pousar as máquinas de lavar roupa e louça. 8. Organizar a casa de cima a baixo, jogando fora, reciclando ou doando o que está a mais; encontrar um lugar específico para cada coisa para manter a organização. 9. Privilegiar a luz natural e a de velas em detrimento da iluminação artificial. 10. Gosto especial por formas irregulares e que não têm necessariamente de combinar entre si (em termos de mobiliário também). 11. Expor peças com alma, elevado simbolismo ou sentimentalismo: fotografias em preto e branco do casamento dos seus avós, lençóis e toalhas bordados pela sua mãe, uma escultura amadora feita pelo seu companheiro, um conjunto de pedras apanhadas à beira-mar ou um desenho colorido do seu filho. 12. Criar um espaço pessoal que serve de refúgio ou de meditação. 13. Apreciar a imperfeição – a presença de arranhadelas e fissuras na mobília, portas ou objetos é considerado um símbolo da passagem do tempo e da forma carinhosa e natural com que foram utilizados. No ambiente certo, as peças gastas por anos de uso ganham uma magia inigualável e reconfortante, são companheiros de uma casa, testemunhos de uma vida.
A Arte da Imperfeição, no entanto, não se limita ao reconhecimento das imperfeições humanas. Também tem a ver com nosso jeito de olhar para as coisas mais banais, mais corriqueiras e enxergá-las com outros e mais benevolentes olhos. Leonard Koren, um designer americano, publicou alguns livros tentando revelar para o nosso jeito ocidental as delicadezas do olhar wabi sabi. Wabi sabi é a expressão que os japoneses inventaram para definir a beleza que mora nas coisas imperfeitas e incompletas.
O termo é quase que intraduzível. Na verdade, wabi sabi é um jeito de “ver” as coisas através de uma ótica de simplicidade, naturalidade e aceitação da realidade. Os mestres japoneses, com sua sofisticadíssima cultura inspirada nos ensinamentos do taoísmo e do zen budismo, conseguiram perceber que a ação humana sobre o mundo deve ser tão delicada que não impeça a verdadeira natureza das coisas de se revelar.
E a natureza das coisas é percorrer seu ciclo de nascimento, deslumbramento e morte. Efêmeras e frágeis. Eles enxergaram a beleza e a elegância que existe em tudo que é tocado pelo carinho do tempo. Wabi sabi é olhar para o mundo com uma certa melancolia de quem sabe que a vida é passageira e, por isso mesmo, bela.
Todas as coisas são impermanentes Todas as coisas são imperfeitas Todas as coisas são incompletas Daí olhar para elas de um modo wabi sabi é ver: A beleza que existe naquilo que tem as marcas do tempo (a velha cadeira de balanço com sua pintura já gasta tomando o solzinho que entra pela janela é wabi sabi) A beleza do que é humilde e simples (em vez de sofisticado e cheio de ornamentos inúteis) A beleza de tudo que não é convencional (quer algo mais wabi sabi do que servir à luz de velas e em toalhas de renda um simples hamburguer?) A beleza dos materiais que ainda guardam em si a natureza (wabi sabi é definitivamente papel, algodão, velhos e nobres tecidos, nada de plástico) A beleza da mudança das estações (que tal experimentar descobrir os primeiros verdes fresquinhos e brilhantes que anunciam a primavera?) A Arte da Imperfeição é ver a vida com a tranquilidade de quem sabe que a busca da perfeição exaure nossas forças e corrói nossas pequenas alegrias. Porque, como disse Thomas Moore, “a perfeição pertence a um mundo imaginário”. No nosso mundo de verdade, aqui e agora, que tal abrir os olhos para o estilo wabi sabi?
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